30 de dez. de 2007

Lábios


Seus lábios tocam
o imprescindível
seus lábios tocam
meu impossível
seus lábios tocam
minhas notas desconhecidas
seus lábios me contam em silêncios
todos meus segredos...
Em seus lábios meus labirintos se encontram
Meus lábios abrem
seus lábios que pulsam
e molham-se desertos por nascentes iluminadas
Seus lábios tocam mansidões e espasmos. . .
por entre línguas seus lábios preenchem lacunas
meu hálito entre seus lábios fazem meus habitos
seus lábios abrem sorrisos nos meus
Labios que descobrem meus entremeios
seus lábios tocam meu meio
no centro bem dentro
Seus lábios constroem inteiros
meus lábios te brincam e gemem
calados gritos
fazendo ritmos
seus lábios no meu intimo
tocando sem pressa
meu coração

17 de dez. de 2007

Indicações para o Blog de Elite

Blogs:

1-) http://caminhaodemudanca.blogspot.com
Um site de poemas e hai -kais simplesmente maravilhoso que consegue em pequenas sínteses mostrar verdades poéticas que despertam muitas emoções.
2-) http://poetas_unidos.blogspot.com./
Um site que vários poetas dividem escrevendo e emocionando com poemas lindíssimos e muita magia, é lindo, e o designer e as imagens da Artista Plastica e poeta Andrea Cristo é uma pagina a parte, sendo inovador na poesia e nas imagens.
3-)http://reflorescer.blogspot.com
Um site de contos que me fez chorar, com a simplicidade que a verdade emana das palavras de uma pessoa muito sábia.
4-)http://andorinharosa.blogspot.com/
Um site de contos suburbanos do Rio de Janeiro escrito por uma poetisa premiada que faz do seu dia a dia de Mulher Brasileira ciente de suas necessidades, uma cidadã que faz a diferença, tudo isso temperado com o humor carioca maravilhoso e com a poesia encontrada nas entrelinhas, gratas surpresas.
5-)http://rasuras.wordpress.com/
Poemas profundos e contundentes que rasgam sentimentos e mostram almas
imperdível

11 de dez. de 2007

Sequestro


Eu e você e nossa cama
e meus abismos que me lanço
todo desejo e vontades,
é nesses dias onde morro feliz

Eu e você e nossa cama e seus abismos
em que me lanço entre pernas fluem rios
entre nuvens essas montanhas redondas
onde minha perdição é encontro

E essa lagoa a mais profunda
onde mergulho e me afogo
onde nasci e me fiz homem
onde sinto-me vivo, e aprendiz

Eu e você e nossa cama
nossos abismos que me lanço
carnes e formas me agarram
voo suspirado entre seios...

Nesses momentos sua boca se faz minha...
minha boca se fundiu
e o mundo inteiro é nossa cama
e o universo o nosso orgasmo

10 de dez. de 2007

Reflexos

cortesia imagens google

postagem dedicada a Marcia Daré
-
REFLESEXOS
A lua na poça profunda
aprofunda minhas poças
nua pisavas eu e a lua

eu provava a minha nudez,
a sua e a da lua
me aprofundava na sua
toquei a lua por brevidade
minha e sua

sou dono da lua e dela nua
ilusões de estrela cadente
que aprofunda em mim
o desejo da moça, de poças, luas e
espelhos
na poça de lágrimas pra lua
restou a lua na poça

não pises na poça tampouco nessa lua
jazZiam estrelas

Wellington Felix
___________
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DESEJO PARA OS PANOS DOS CÉUS

Se tivesse eu os panos bordados dos céus,
Entremeados com luz dourada e de prata,
O azul e os panos não ofuscantes e escuros
Da noite e da luz e da metade-luz,
Eu espalharia os panos debaixo dos teus pés:
Mas eu, sendo pobre, tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
Pisa com cuidado porque pisas os meus sonhos.

William Butler Yeats

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"Não pises neste lugar
até ontem
esteve cheio de vagalumes''


Basho, em Sendas de Ocu


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"pisavas os astros, desastrada''
- Caetano Veloso -

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"A porta do barraco era sem trinco

Mas a lua furando nosso zinco

Salpicava de estrelas nosso chão

E tu pisavas nos astros distraída

Sem saber que a ventura desta vida

É a cabrocha, o luar e o violão"


Música: Sílvio Caldas.

Letra: Orestes Barbosa
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- Espelho -
-
"debruçada sobre a água parada

a cidade vê a lua se ver

cintilar molhada"
sugestão de musica: George Harrison - got my mind set on yo

autoria: Jeanine Will em:-
registro:(inédito, 26012006 & 15012007)

9 de dez. de 2007

Jordana - A revelação da MPB.


Nasce uma estrela, uma voz com o timbre certo
para te elevar ao ceu
e fazer nascer um poente no seu coração.
A revelação do Ano Jordana, um canto do rio que vira mar !
com releituras do 'Clube da Esquina',
com direito à " Tons e Mil-tons" e também canções inéditas.
somente imperdivel

8 de dez. de 2007

Decompor


Decompor o mundo em matéria escrita

e fragmentar estrelas em pequenos versos

recompondo o universo em singularidades,

ao atingir em cheio o céu da poesia

a divindade visita o poeta

e seu coração explode!

fragmentando-se estrelas

recompondo o universo em novas singularidades

assoprando palavras que reverberam vendavais

como se tocando a sintese se encontrasse o todo

se juntando a musica p'ra criar canções

procurando simplesmente

deter o mundo

apenas num momento

deste olhar cadente nesse poema.

Tocar explosões

somente nos espaços pra respirar

há vagas

vagas das ondas do mar

lambendo devagar a prainha


devagar minha lingua a divagar...

tocando na lingua universal
antiga canção

em verdade minha lingua toca

na ponta de sua estrela crescente

uma explosão de luz

Relato


Ontem um menino ganhou uma bola,
a bola antecipava o seu natal,
brincavam a bola e o menino,
a alegria e a chuva enchiam a favela,
a bola caiu no corrego ele foi atrás,
o corpo do menino foi encontrado
hoje no Tiête.
Onde andara a bola
a infância e a vida
ps. mais uma bola vagando na terra
e um anjo passeando no ceu

5 de dez. de 2007

Assombro e lucidez


Assombro e certeza

Havia uma águia voraz

planando ao som de um jazz

enigma e lucidez ao sol

morada n'alma de um voo solitário

transcendente e libertário

feminino blues

ascendeu novos horizontes

em outras almas atentas

trocou penas e bico
transpareceu em sutilidades

rescendia a flores talvez lilases

harpia transmutava-se fénix

que magia, nem sabia-se

nas altas torres de Elix

ela pensava que escondia

esse grito profundo e desvelador

diluvio de torrencial verdade

numa só correnteza invadia,

assombro e certeza num sim

abismos sem fim

voa Beatriz !

Brasas - Duo Wellington Felix e Marcia Dare



Eu brasa Diariamente

a espera da noite

de seus toques rosa-choques

meus labirintos esperam ...

me perder-se em brisa

mil vezes ao dia minha pele

em brasa lembra

seus labios ventania


Wellington Felix


_______

______


Fogo que é chama

Abrasa Caminhos

Na noite horas a fio...

Amanhecem Entardecem

E o teu silêncio

apenas adormece

o meu corpo.

______

_____


(Marcia Dare)

- ॐMa _Zenॐ-


-

2 de dez. de 2007

Alma da lagríma

Homenagem a Jordana após o Show no Aldeia dos Ventos
_________
Nos meu olhos transbordou uma lágrima
nascida de um canto
Ao calor da voz
nas chamas dos tons
A lágrima evaporou
Dançavam no ar a lágrima e o canto
Fundiam-se eu e a canção
_________

29 de nov. de 2007

Fortes emoções e desvelamentos


Básico - Celso Miranda de Carvalho e Wellington Felix


Vestiu-se com a noite
e encerrava no preto
a luz das estrelas
timidamente sorria...
iluminada pela
explosão de cometas
no peito guardava poentes e deleites
pela fresta dos vestido
escapavam promessas
fantasias e festas.
Despindo meu tédio
em nostalgias e significados...
afastou-se, assim...
perfurando sobres-saltos de agulha
adentrando meu coração
restou o negro silêncio
o vazio do pretinho básico
atirado ao lado da cama
e este cheiro de mar...
digo amar
-

Duo Ventos - Marisa Rosa - Wellington Felix

foto: Ana Penelope Platão em Dança Cigana
___
Vento em mim.

Ventania, bravo vento!

Ventando em desalinho

Formou-se um roda-moinho

Moendas que vento moe

moendo folhas ventadas

Que invento neste momento!...

E o vento que ventou na praça venta firme ri, faz graça,

e invade as frestas secretas dos meus segredos

espalha os meus versos levanta poeira,

e embaça o espelho de minhas lembranças!

(Marisa Rosa)

-
Vento atrevido
vento invasão
levando versos
rodando moinhos
e lembranças
mostrando paixão
desvelando poetisas
levantando saias e almas
como fossem
essas folhas ao vento
__
Wellington Felix
__

27 de nov. de 2007

Chamas

Solicitude e ilusão,
sou também o sim, e sou não
jamais serei talvez
Sou o que te alimenta
Sou o que envenena
eterno e fugaz
sou cobranças e desvelamentos
seu incentivo e o maior dos lobos
essa liberdade de escolher prisão
a melhor companhia
a pior solidão
e o mais puro desejo
sou casamento,
sou humano e animal
o sagrado Deus
em mim o voo mais alto e abismos sem fim
o abraço que aperta no adeus em dor
o prazer mais profundo ,
em unico toque,
seu mais doce sorriso
sua intimidade em flor
sou ferimento e cura,
suas recusas em medo,
sua devassidão em coragem
sou a dedicação, pecado e perdão
sou a quatro paredes e me descarrego enchente

sou opção

me faça seu tudo ou nada
sou chama
a quem chama amor...

25 de nov. de 2007

Feito linho e linha - Marcia Dare


Um feito linho e linha

sutura nosso olhar

que flutua assim no mar...

Alimento novo pura alquimia

dos alecrins aos jasmins

Assim......Sei de mim

Noites ternas ou mornas

Como algodão

Recordo seu olhar

Remexendo com carinho

Minha graça

Na sua límpida retidão

Em verdade cheira capim

que exala em mim.

Nulas são fronteiras ou muralhas

Sem mentiras ou migalhas

No infinito a-temporal

Da nossa eternidade

Odores são esses ou aqueles

Que de alecrins ou jasmins

Aderem seus prazeres

Emanam ondas que magnetizam

a gratidão do tônus

do Teu no meu olhar.

Dialógo


Crescer me foi doloroso
toda dor do universo doeu em mim
queria ver do espaço o planeta terra
uma bola azul...
e eu na praia
absorto no passe ao gol
chutando o mundo, a bola azul...
mas o dia me chama,
e a razão trama impassível a nova realidade
na noite insone das revelações
havia medo e aceitação...
romperam -se os diques dos segredos
e as horas pesadas recaem represadas
E por entre minha vontade de ser e não estar
erguesse imensa a sua história.
e meu instinto acorda acima da razão
e nosso abraço se torna imenso
maior que a imensidão da pradarias
e desvencilhamo-nos das roupas velhas
lançando-nos a novos voos e novas paisagens
esperando o dia romper
caindo imunes e nus
na nova manha
redescobrindo nosso amor
e o que há de ser.

20 de nov. de 2007

Desatar os nós

fotografia de Simone Machado

Eu preciso cuidar de mim,
e essas coisas essencialmente importantes
como agua, sol, comida, luz e poesia
E seus sorrisos preciso deles (junto aos meus)
Eu preciso de mim inteiro olhando a frente
sem medo dos caminhos, de olhos e mentes abertos
Eu preciso estar inteiro e integro para receber a vida
Eu preciso estar inteiro e integro para receber da vida
Eu preciso estar atento a todos os milagres, e meus olhares...
Porque preciso ter coragem e romper as grades do ego.
e fazer minh'alma saltar dos abismos pro sim
precisamos nos perder e ver o novo
só assim sentir o paladar e todos os aromas,
provar todos os sabores, pintar com todas cores
olhar por todas a lentes possíveis e imprevisiveis
preciso ser liberto pra poder libertar
e mergulhar oceanos e tocar estrelas e voar borboletas
preciso da absurda poesia que me faz bailar ao som de palavras
preciso dessa sua musica! Escapar da violencia
construindo inebriado escadas de luz
com sacadas e vista pro mar
eu preciso de proteção e consistência
eu preciso comprender meu consumo
minhas necessidades, coerencias
eu preciso olhar os campos,
manter florestas, cortar arestas
eu preciso proteger meu chão,
meus amores e minha solidão
eu preciso ficar com um olho em Brasilia
outro em Washington
eu preciso assistir menos enlatados ser viajado,
colher mangas, maças e perâs
me quero pleno e consciente preparando o chão
pra plantar os meus e os seus netos (e eles os deles)
Eu preciso de mim e de você
nos precisamos de nos
desatar os nós

18 de nov. de 2007

Medusa

como decifrar teu sorriso
e o tom exato da sua pele
como distinguir todos os tons
que exalam deste seu perfume
como não virar pedra ao seu olhar
por vezes é melhor render-se . . .
Te dou o melhor de mim
devora-me!

Sensiblidade Ariana

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__________

Do vento seus movimentos,
seu colo meu aconchego
meu toque a mais leve brisa
seu toque tempestades!
em mim todos os vermelhos
dos sutis aos carnais
do vinho, da rosa, de paixão.
Testemunha são todos esses azuis
do planeta terra, do céu, do mar...

Só resta, nos lançar !
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_________


15 de nov. de 2007

Guerra

imagem do artista plastico Banksi
Relâmpagos anunciam um novo caos
De dentro da noite surgem montanhas,
de escombros e pessoas azuis acinzentadas
Pois o céu cai tocado pelas mãos calejadas
de pais que voltam do trabalho para o nada.
As vezes o céu alivia os calos dos seus pés
e o sorriso brilha entre duas explosões:
Em casa tem vida ainda!
e a poesia suja-se surgida de escombros
Só resta um ursinho na mão da criança
essa beira da morte que realmente vivemos
onde desabam céus de chumbo e balas de prata
explodem esperanças e crianças douradas
ao comando de seres de outras raças
tão desumanos comos os homens bomba
esses seres voltam a noite e beijam suas filhas...
os nazismos persistem como praga antiga.
Oh Deus, essa feridas e ísmos nunca cessam
sobrevivem neste caos calculado em dólares
celebrada na TV festa da mídia,
as feridas deles abrem em nossos corações
nessa (im)compreensão da guerra,
não a quero! Nem ao menos o silêncio
dos que já morreram,
justificaria um só dos milhões de tiros
na favela ou em Bagda,
que acabem as armas !
assim como os antigos impérios
que o poder esvazie-se e não sobre mais nada
nem cidades, nem torres gêmeas, nem crack
Nem essa imensa e triste vergonha.
______

Comentários do Poema Guerra no site www.poetas-unidos.blogspot.com

Quietude


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Sua boca cala tudo


e neste silêncio profundo


escuto serenamente sua alma


que sussura toda a verdade do mundo


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13 de nov. de 2007

Ex(celso)s excessos - Celso Miranda de Carvalho


Cem Excessos

Não sei se sou completo ou completamente vazio. A solidão é o que meus excessos me proporcionam. Faço perguntas que constrangem as respostas.
Tenho uma vontade de ti que consome todo o meu tempo, minhas ansiedades e meus devaneios. Penso que até minha respiração é tomada por este sorriso contagiante. Sorriso que ganhou o mundo. Que ganhou o meu mundo, o meu tudo. As saudades transcendem qualquer forma real de vida. Elas viraram marcas tatuadas em corações que batem do mesmo lado. Que se alegram com um único batimento. Até a timidez, outrora escondida, sai de cena quando a realidade não nos alcança. Palavras perdem a força quando os olhos se esbarram na mesma melodia. As serpentes se confudem, e acabam se reconhecendo. É que a minha outra forma de ser passou a renascer em ti. Os excessos são erros que pouco calculo. E sei que só passei a errar contigo pra me afastar da temida perfeição. Beijos não são a melhor forma de te ganhar. Isto é pouco, é nada. Não quero vencer deste modo. Quero te vencer no amor. Espero te levar pra casa que transforma teu pesadelo em lar. Só penso na pele e no cheiro. As demais coisas são irrelevantes. Os sentidos e as sensações se misturam ao sabor do desejo em te afagar por entre meus dedos. Um colo que sempre te espera. Um solo que está fértil e pronto pra te receber. Percebi que o amor não pode enfraquecer com o tempo, pois o tempo não existe pra a nossa essência. É amor que perdura nos sonhos e que, mesmo deslizando na realidade, tem vontade própria e capacidade de transformar o carnal em loucuras cada vez mais surreais.
http://belaspessoas.blogspot.com/

11 de nov. de 2007

Segue-se Poemas lindissimos de Neli Vieira Poetisa e Artista Plastica



Poemando


"Vem poema

tatua teu beijo

na minha língua

prenda-se

nas teias das minhas veias

só não morra por mim

nem morra em mim."


Neli Vieira

Homenagem a Neli Vieira -Canto da Poetisa -


(ilustração de Neli Vieira)
-

Somente

-
Preciso ficar só

para compreender-me

Preciso das manhãs

para entender o dia

do dia para entender

o meu ficar só.

Neli Vieira


_____


Trato

Ilustração de Andrea Cristo Web designer e Artista Plastica
_________

Fiz um trato com o poema
De banir perguntas sem respostas
De não realçar supérfluas obras
E não deixa-lo desumanizado
Fiz um trato para destruir máscaras
Desnudar intenções sem questionar
Porque ou como o céu do poema
Foi tocado.


Neli Vieira

_______




Noites Vazias de toque


O magnetismo dos planetas nos acordaram
ou meus absurdos surgiram como sempre do nada
dessa capacidade inventiva que me assalta nestes encontros
dou mais pernas ao sonho e toco realmente a sua pele
eu juro que senti seu arrepio, e da minha imaginação
todas possibilidades desta quimica preenchem o ar
surgem todas as notas e os tons em nuances possíveis
sinto o ar rarefeito como na montanha mais alta
é quando o nosso olhar teimoso insiste
e se encontra dentro do silêncio
impomos sentido ao mesmo silêncio
A noite se enche de lua e nos penetra luz
percebo em meu coração
nossos sentidos alterados,

Nossa pele imagina-se e o momento (des)acelera
E num acordo mutuo, não discutido não impresso
compreendemos nosso momento e isso nos basta
e assim despedimo-nos

E voltamos juntos e inacessíveis a uma noite vazia.

4 de nov. de 2007

Véo - Marcia Dare

Me da asas p'ra voar
depois arranca o meu céu
um dia eu vou me curar
rasgar o véu
lua de mel

Sequestro (Você e eu)

Eu e você
e nossa cama
e meus abismos que me lanço
todo desejo e vontades,
é nesses dias onde morro
feliz

Eu e você
e nossa cama
e seus abismos em que me lanço
entre pernas fluem rios
entre nuvens essas montanhas redondas
onde minha perdição é encontro

E essa lagoa a mais profunda
onde mergulho e me afogo
onde nasci e me fiz homem
onde sinto-me vivo,
e aprendiz

Eu e você
e nossa cama
nossos abismos que me lanço
carnes e formas me agarram
voo suspirado entre seios...

Nesses momentos
sua boca se faz minha...
minha boca se fundiu
e o mundo inteiro é nossa cama
e o universo o nosso orgasmo

3 de nov. de 2007

Fetiche - Marcia Dare

Nú o pecado
Que pula a janela
sequestra o tempo...
de tempo em tempo...
Que com sede me toma
Diz...não quer apenas beijos
Flores, doces ou esmolas
Adentra pele
Músculos e sangue
Subestima lágrimas
ou arrependimentos
O seu veneno
Arranca meu véu
e todas as noites
Vem namorar comigo.

Embriaguez

Dedicado ao poeta Dari Batisti- http://essapalavra.blogspot.com/

A vida me embriaga a goles lentos
me derrubando a porões de trevas
fugindo desse eclipse real e inegavel
dessa sombra gigantesca da violencia
da devastação da corrupção
teimoso construo escadas de luz
Que me levam a sacadas!
Sacadas com vistas pràlma
e com saida para o mar.



Despir do corpo

Despeço-me dos prantos e dos brinquedos

navegando nos liquidos cheirosos

das mais escondidas entranhas

dentre lençois de linho arfando

e gemidos arfantes...

Minha alma escapa(sse) do material

e do próprio corpo

e projeta-se febríl e incandescente

para o ultimo e definitivo:

amor.


28 de out. de 2007

Um copo d'agua com açucar

Por que falhamos em construir nosso ninho
mas talvez se a trama fosse mais bem feita
cobriria as estrelas
e essa pequenas frestas de luz
teimosas perspassando clareiras
de almas crescendo libertas
o primeiro amor de verdade
o amor pela verdade
nem mil panos umidos de lagrimas
apagaram tais lembranças
rompemos os segredos ?
sacrilégio maior é esta imtimidade
conquistada que nos agasalha
nas coisas realmente importantes
que constroem doces prisões
eu assumo a responsabilidade
do crime maior
pois todo meu desejo
mata aos pouco o amor
e a partida é sempre adiada
como um parto que não termina
dor estendida, dor de renascer
ao redor do amor pairamos
curiosidades do devir
então que os armarios
permanecem abertos e arejados,
sempre caminharemos de mãos dadas,
pois as lembranças se fazem sagradas
existe uma vontade mutua e consciente
de acabar assim...
deixando este amor dissolver
como açucar num copo de agua

21 de out. de 2007

Virgem em Vênus _ Marcia Dare




"A menina dos seus olhos,

ao se abrir no cio...

me vestiu."

Palavras de Asas


Eu quero palavras
que rasguem a alma
eu quero palavras que
andem, que corram
que enfeitem os muros
que me capturem
e sequestrem meu folego
Eu palavras com perfumes
que revelem sabores e cores
eu as quero poemas de amores
e as quero falando verdades
com rimas, sem rimas
libertando vaidades
revirando vontades
desvelando as tardes...
eu as quero faladas,
livres, cantadas,
em livros e contos
em prosa e poesia
revelando magias
Eu quero palavras
que formem poemas
que virem a mesa
Eu quero palavras de asas
que abram janelas
pois sabem voar!

18 de out. de 2007

_________Filho da Terra________

Dedico esse poema ao grupo de poesia Filhos da Terra que se reunem as quartas feiras na Taberna do Espaço holistico Aldeia dos ventos

Sonhando estrelas durmo,
calado
Embaixo do asfalto

de baixo da terra

resignado

Estou germinando

esperando a hora
de explodir a casca
e revolver o solo
de rebentar o asfalto
De derreter o gelo
e olhar o céu
minha rima é acaso
sou mais um daqueles,
que almejam verdejar,
rever o mar...
Eu estou semente,
trago a genética do melhor do homem
e vou contaminar as almas novas,
tenho em mim o vírus bendito dos filhos da Terra
sou alma velha e transcendente
E tenho amor, eu sou amor
Eu vim do amor!
E vou te dar o germe da mudança
pra re-explodir e ir alem de mim,
eu quero vocês que queiram amar
Eu quero companhia que queira respirar!!!!
Levanta daí vem se contaminar
Repaginar com o vírus bendito
Vem comigo, seja semente
Assuma ser parte, seja a planta,
Vamos florescer ,
ser céu ,
ser o bicho e mar
e assim então faremos
a fotossíntese maior
Salvar o homem do homem

17 de out. de 2007

Pantera Negra Blues


No instante que ela entrou
as luzes apagaram
seus olhos negros
reluziam com a fome dos felinos
desarme e espanto,
esperavam o pior
Ela vestida com o movimento
eram espadas e maciez
num só corpo
cabelos e pelos negros
no faiscar de mil sóis
amorais como a noite
nos seus olhos anzóis,
seus passos,
no compasso de corações
capturados, assustados
Encantando és encantada
a serpente e seu ventre
quedava-me paralisado
hipnotiza a sobress-
ssaltos
de agulhas,
bailando
adentrando
carnes e mentes
sem o menor pudor!

quando para . . .
finalmente se respira
e o mundo pode girar!
mas ela conti(nua)

Com as garras da graça . . .
cruel, seu mover-se ja é dança!.
vai nos matando aos poucos
para sentirmos a vida!
Ela desliza em si mesma
o olhar mira, nova presa

sem dó nem medo,
ela roda . . .
e a vertigem é nossa
puxados e revirados a cada gesto
ela nos dá a sua fome
de arte e vida,
Descarada ! -
por entre ventre e pernas
nos da a luz !
como lebre e pantera
agora era, eu dela,
suas presas em mim,
tambores comemoram
a entrega total ...
minha rendição,

ja é paixão !

15 de out. de 2007

Con(dôr) - Marcia Dare

dedicado ao poeta Wellington Felix
"Andas tão á flor da pele ???"
"E essa pele tem o fogo do juízo final"
Mergulha no tempo desse teu pensamento
Mas com o desejo infinito de vencer
Meio ainda cão sem dono
"Naquele velho navio..."
Um guerreiro se refaz todos os dias!
Qual o som da tua voz essencial ?
Morna, tranquila e serena,
ou com o veneno irônico do riso
não poderíamos senti-la nem com os olhos do coração ?
Acorda, então e vês lá longe, os campos de trigo....
Esperarei pelo Pôr do sol ,
e o diverso nesse uni-verso...
pelo mensageiro dos meus sonhos...
tocada pelos mistérios de minhas intuições,
carrego por vezes temores e tremores em meu peito,
e comdôr rogo por tocar uma estrela dourada no encanto de minha alma...
Aconteça o que acontecer, no balanço das estrelas
com o estremecer de algum raio findarei ao lado do SOL que acolhe o e-terno....
O príncipe estremecido pelo vento,
guardião da infinita ternura,
anjo das minhas infinitas alvoradas...
Para aqueles que compreendem a vida,
isso basicamente pareceria mais que verdadeiro
....Abraços.... Marcia Dare

Dos cuerpos -Octavio Paz

Dos cuerpos frente a frente ___Dois corpos frente a frente
son a veces dos olas _____ são as vezes duas ondas
y la noche es océano____ e a noite é oceano

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son a veces dos piedras _____ são as vezes duas pedras
y la noche desierto ____e a noite deserto

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son a veces raíces _____são as vezes raìzes
en la noche enlazadas ____e na noite enlaçadas

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son a veces navajas _____são as vezes navalhas
y la noche relámpago ____e a noite relâmpago

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son dos astros _____são dois astros
caen en un cielo vacío ____caindo num céu vazio

Autor: Octavio Paz .
tradução: Wellington Felix

14 de out. de 2007

(e)terno

Sempre em meus poemas sinto a presença do tempo ele bate para entrar sem cessar, bate em mim nos relógios e em todos, ele se aproveita de qualquer fresta, ou mesmo de um pequeno espaço entre sílabas e palavras e entra sem licença , oxida e envenena os dias trazendo inexoravelmente a noite, por vezes a eterna, porque ele nunca cessa? (não da um tempo...)
- Por vezes apressadamente outras lentamente dependendo daquelas escolhas, maravilhosamente tantas!
Ontem um amigo fez 50 anos e descobri que o tempo mais precioso, nos não conseguimos medi-lo nem nas rugas, nem nas fotografias nem contando minutos e anos, esse tempo só tem medida em poemas, em abraços e quereres; Você conseguiu colocar dentro do tempo aquele abraço? quando dois corações frente a frente se comunicam e o tempo para,


para aquele encontro de almas.
E voce paira em outra dimensão, e sente o:_ tum.....tum... tum..tun..tun.tun, não mais sabe se é o seu coração ou o do outro que sobressalta, ao mesmo tempo preso nos braços do abraço, voce é a mais livre das criaturas e voa num paraíso sem chão, "no mais precioso da sua historia num tempo sem horas", n'aquele pequeno encontro de braços e corações onde as almas se tocam. Não tem intenções, pois vai alem da intenção, é a intenção maior no ato da entrega! Para mim fica fora do tempo e espaço, tocando não com as mãos, mas com dois corações a eternidade.


ps. não economize abraços!
Um e-terno abração.

13 de out. de 2007

Des-Construção (Pise com cuidado)

Retirem os tijolos devagar com carinho,
assim foram colocados
a agua da argamassa foi nosso suor
desplantemos o jardim e as flores
com desconfianças
dos frutos queimem-se as sementes, perigam germinar, é o amor
é preciso arrancar as artérias
são raizes construidas no tempo
hoje só caminhos no coração
retirem aqueles abraços
com mansidão
pois assim me foram dados. . .
depois rasgue-se as fotos,
despedasse com cautela,
nos maus momentos
coloque só certezas
esqueça das noites
das descobertas
aquela clareira noturna de almas transcendendo
exacerbada-mente construa o pior na mente
passe para a palavra, e grite ! e repita
minta repetida-mente, alucinada-mente!
deixe pra la o que voce realmente sente. . .
não escute esse coração demente
aposte no pior, é assim que se perde
depois com suas lentes potentes
apague vestígios da paixão mas não,
não desabe assim
lenta e precisa como implosão.
olha pra trás
ainda esta la pairando
no espaço tempo,
uma relação.

12 de out. de 2007

Cuidado: poema semente


Anseio respirar o ar mais puro
anseio escapar do transito
e ir plantar na serra
anseio escapar da guerra
anseio vestir a tarde de azuis
anseio cheirar o capim
anseio cultivar jasmim
anseio rasgar a terra
e plantar bem fundo
anseio cheirar estrume
e me guiar pro lume
e na hora de dizer adeus
ser somente semente
ou serei sementeira

Daime Amor - Laerte Fernandes



"Mergulho cósmico colorido
Se apresenta após a sombra
Mostrando asas fortificadas
Presas por medo do vôo
Fétida sujeira encoberta
Peso de um músculo alado
Ancora do espírito alvo
Que anseia planar no cerrado
Duas vontades contrarias
Turbilham a mente insana
Ciente do certo e do errado
Daime, a vigia do amado
Carinho do perfume da rosa
Açoite da correção do pecado
Daime pelo amor
Daime pela dor
Mas daime o certo
Daime, como for

Costurando pontos de vista

em meio ao inferno
linhas do tempo
estrangulam marionetes

em meio ao paraíso
linhas do tempo
costuram lembranças

mexer com carinho



p'ra realmente mexer com voce

só mandando meu melhor poema

pra outra

10 de out. de 2007

Onda - Laerte Fernandes

"Vem como a onda
Suavizando o vazio
Tento agarrar
Volta pro mar
Por que passeia em mim
Trazendo agua e sal
Senâo por crueldade
Lembrando teu gosto
A cada lagrima lambida
Lua cheia, maré alta
Te traz próxima
Tento segurar
Lua vai, maré baixa
Corro atraz
Esforço perdido
Sinto o salgado
Que escorre do rosto
Que escorre do olho
Agora entendi, pode vir
Vem me amar
E quando quiser
Volta pro mar
Essa liberdade concedida
Disfarça meu choro em riso "

Autoria do grande poeta e amigo:

Laerte Fernandes

orkut:

http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7781821598203114688

espelhar



voce se narcisa em mim. . .