28 de out. de 2007

Um copo d'agua com açucar

Por que falhamos em construir nosso ninho
mas talvez se a trama fosse mais bem feita
cobriria as estrelas
e essa pequenas frestas de luz
teimosas perspassando clareiras
de almas crescendo libertas
o primeiro amor de verdade
o amor pela verdade
nem mil panos umidos de lagrimas
apagaram tais lembranças
rompemos os segredos ?
sacrilégio maior é esta imtimidade
conquistada que nos agasalha
nas coisas realmente importantes
que constroem doces prisões
eu assumo a responsabilidade
do crime maior
pois todo meu desejo
mata aos pouco o amor
e a partida é sempre adiada
como um parto que não termina
dor estendida, dor de renascer
ao redor do amor pairamos
curiosidades do devir
então que os armarios
permanecem abertos e arejados,
sempre caminharemos de mãos dadas,
pois as lembranças se fazem sagradas
existe uma vontade mutua e consciente
de acabar assim...
deixando este amor dissolver
como açucar num copo de agua

21 de out. de 2007

Virgem em Vênus _ Marcia Dare




"A menina dos seus olhos,

ao se abrir no cio...

me vestiu."

Palavras de Asas


Eu quero palavras
que rasguem a alma
eu quero palavras que
andem, que corram
que enfeitem os muros
que me capturem
e sequestrem meu folego
Eu palavras com perfumes
que revelem sabores e cores
eu as quero poemas de amores
e as quero falando verdades
com rimas, sem rimas
libertando vaidades
revirando vontades
desvelando as tardes...
eu as quero faladas,
livres, cantadas,
em livros e contos
em prosa e poesia
revelando magias
Eu quero palavras
que formem poemas
que virem a mesa
Eu quero palavras de asas
que abram janelas
pois sabem voar!

18 de out. de 2007

_________Filho da Terra________

Dedico esse poema ao grupo de poesia Filhos da Terra que se reunem as quartas feiras na Taberna do Espaço holistico Aldeia dos ventos

Sonhando estrelas durmo,
calado
Embaixo do asfalto

de baixo da terra

resignado

Estou germinando

esperando a hora
de explodir a casca
e revolver o solo
de rebentar o asfalto
De derreter o gelo
e olhar o céu
minha rima é acaso
sou mais um daqueles,
que almejam verdejar,
rever o mar...
Eu estou semente,
trago a genética do melhor do homem
e vou contaminar as almas novas,
tenho em mim o vírus bendito dos filhos da Terra
sou alma velha e transcendente
E tenho amor, eu sou amor
Eu vim do amor!
E vou te dar o germe da mudança
pra re-explodir e ir alem de mim,
eu quero vocês que queiram amar
Eu quero companhia que queira respirar!!!!
Levanta daí vem se contaminar
Repaginar com o vírus bendito
Vem comigo, seja semente
Assuma ser parte, seja a planta,
Vamos florescer ,
ser céu ,
ser o bicho e mar
e assim então faremos
a fotossíntese maior
Salvar o homem do homem

17 de out. de 2007

Pantera Negra Blues


No instante que ela entrou
as luzes apagaram
seus olhos negros
reluziam com a fome dos felinos
desarme e espanto,
esperavam o pior
Ela vestida com o movimento
eram espadas e maciez
num só corpo
cabelos e pelos negros
no faiscar de mil sóis
amorais como a noite
nos seus olhos anzóis,
seus passos,
no compasso de corações
capturados, assustados
Encantando és encantada
a serpente e seu ventre
quedava-me paralisado
hipnotiza a sobress-
ssaltos
de agulhas,
bailando
adentrando
carnes e mentes
sem o menor pudor!

quando para . . .
finalmente se respira
e o mundo pode girar!
mas ela conti(nua)

Com as garras da graça . . .
cruel, seu mover-se ja é dança!.
vai nos matando aos poucos
para sentirmos a vida!
Ela desliza em si mesma
o olhar mira, nova presa

sem dó nem medo,
ela roda . . .
e a vertigem é nossa
puxados e revirados a cada gesto
ela nos dá a sua fome
de arte e vida,
Descarada ! -
por entre ventre e pernas
nos da a luz !
como lebre e pantera
agora era, eu dela,
suas presas em mim,
tambores comemoram
a entrega total ...
minha rendição,

ja é paixão !

15 de out. de 2007

Con(dôr) - Marcia Dare

dedicado ao poeta Wellington Felix
"Andas tão á flor da pele ???"
"E essa pele tem o fogo do juízo final"
Mergulha no tempo desse teu pensamento
Mas com o desejo infinito de vencer
Meio ainda cão sem dono
"Naquele velho navio..."
Um guerreiro se refaz todos os dias!
Qual o som da tua voz essencial ?
Morna, tranquila e serena,
ou com o veneno irônico do riso
não poderíamos senti-la nem com os olhos do coração ?
Acorda, então e vês lá longe, os campos de trigo....
Esperarei pelo Pôr do sol ,
e o diverso nesse uni-verso...
pelo mensageiro dos meus sonhos...
tocada pelos mistérios de minhas intuições,
carrego por vezes temores e tremores em meu peito,
e comdôr rogo por tocar uma estrela dourada no encanto de minha alma...
Aconteça o que acontecer, no balanço das estrelas
com o estremecer de algum raio findarei ao lado do SOL que acolhe o e-terno....
O príncipe estremecido pelo vento,
guardião da infinita ternura,
anjo das minhas infinitas alvoradas...
Para aqueles que compreendem a vida,
isso basicamente pareceria mais que verdadeiro
....Abraços.... Marcia Dare

Dos cuerpos -Octavio Paz

Dos cuerpos frente a frente ___Dois corpos frente a frente
son a veces dos olas _____ são as vezes duas ondas
y la noche es océano____ e a noite é oceano

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son a veces dos piedras _____ são as vezes duas pedras
y la noche desierto ____e a noite deserto

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son a veces raíces _____são as vezes raìzes
en la noche enlazadas ____e na noite enlaçadas

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son a veces navajas _____são as vezes navalhas
y la noche relámpago ____e a noite relâmpago

Dos cuerpos frente a frente ____Dois corpos frente a frente
son dos astros _____são dois astros
caen en un cielo vacío ____caindo num céu vazio

Autor: Octavio Paz .
tradução: Wellington Felix

14 de out. de 2007

(e)terno

Sempre em meus poemas sinto a presença do tempo ele bate para entrar sem cessar, bate em mim nos relógios e em todos, ele se aproveita de qualquer fresta, ou mesmo de um pequeno espaço entre sílabas e palavras e entra sem licença , oxida e envenena os dias trazendo inexoravelmente a noite, por vezes a eterna, porque ele nunca cessa? (não da um tempo...)
- Por vezes apressadamente outras lentamente dependendo daquelas escolhas, maravilhosamente tantas!
Ontem um amigo fez 50 anos e descobri que o tempo mais precioso, nos não conseguimos medi-lo nem nas rugas, nem nas fotografias nem contando minutos e anos, esse tempo só tem medida em poemas, em abraços e quereres; Você conseguiu colocar dentro do tempo aquele abraço? quando dois corações frente a frente se comunicam e o tempo para,


para aquele encontro de almas.
E voce paira em outra dimensão, e sente o:_ tum.....tum... tum..tun..tun.tun, não mais sabe se é o seu coração ou o do outro que sobressalta, ao mesmo tempo preso nos braços do abraço, voce é a mais livre das criaturas e voa num paraíso sem chão, "no mais precioso da sua historia num tempo sem horas", n'aquele pequeno encontro de braços e corações onde as almas se tocam. Não tem intenções, pois vai alem da intenção, é a intenção maior no ato da entrega! Para mim fica fora do tempo e espaço, tocando não com as mãos, mas com dois corações a eternidade.


ps. não economize abraços!
Um e-terno abração.

13 de out. de 2007

Des-Construção (Pise com cuidado)

Retirem os tijolos devagar com carinho,
assim foram colocados
a agua da argamassa foi nosso suor
desplantemos o jardim e as flores
com desconfianças
dos frutos queimem-se as sementes, perigam germinar, é o amor
é preciso arrancar as artérias
são raizes construidas no tempo
hoje só caminhos no coração
retirem aqueles abraços
com mansidão
pois assim me foram dados. . .
depois rasgue-se as fotos,
despedasse com cautela,
nos maus momentos
coloque só certezas
esqueça das noites
das descobertas
aquela clareira noturna de almas transcendendo
exacerbada-mente construa o pior na mente
passe para a palavra, e grite ! e repita
minta repetida-mente, alucinada-mente!
deixe pra la o que voce realmente sente. . .
não escute esse coração demente
aposte no pior, é assim que se perde
depois com suas lentes potentes
apague vestígios da paixão mas não,
não desabe assim
lenta e precisa como implosão.
olha pra trás
ainda esta la pairando
no espaço tempo,
uma relação.

12 de out. de 2007

Cuidado: poema semente


Anseio respirar o ar mais puro
anseio escapar do transito
e ir plantar na serra
anseio escapar da guerra
anseio vestir a tarde de azuis
anseio cheirar o capim
anseio cultivar jasmim
anseio rasgar a terra
e plantar bem fundo
anseio cheirar estrume
e me guiar pro lume
e na hora de dizer adeus
ser somente semente
ou serei sementeira

Daime Amor - Laerte Fernandes



"Mergulho cósmico colorido
Se apresenta após a sombra
Mostrando asas fortificadas
Presas por medo do vôo
Fétida sujeira encoberta
Peso de um músculo alado
Ancora do espírito alvo
Que anseia planar no cerrado
Duas vontades contrarias
Turbilham a mente insana
Ciente do certo e do errado
Daime, a vigia do amado
Carinho do perfume da rosa
Açoite da correção do pecado
Daime pelo amor
Daime pela dor
Mas daime o certo
Daime, como for

Costurando pontos de vista

em meio ao inferno
linhas do tempo
estrangulam marionetes

em meio ao paraíso
linhas do tempo
costuram lembranças

mexer com carinho



p'ra realmente mexer com voce

só mandando meu melhor poema

pra outra

10 de out. de 2007

Onda - Laerte Fernandes

"Vem como a onda
Suavizando o vazio
Tento agarrar
Volta pro mar
Por que passeia em mim
Trazendo agua e sal
Senâo por crueldade
Lembrando teu gosto
A cada lagrima lambida
Lua cheia, maré alta
Te traz próxima
Tento segurar
Lua vai, maré baixa
Corro atraz
Esforço perdido
Sinto o salgado
Que escorre do rosto
Que escorre do olho
Agora entendi, pode vir
Vem me amar
E quando quiser
Volta pro mar
Essa liberdade concedida
Disfarça meu choro em riso "

Autoria do grande poeta e amigo:

Laerte Fernandes

orkut:

http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7781821598203114688

espelhar



voce se narcisa em mim. . .

Espelhares



eu
te
narciso
em
mim
voce
se
narcisa
em
mim
nós em nos

Ruiva & Carvão


te-la brasa:

ruiva, viva e acessa

sendo brisa assopro,

phode-la fogueira . . .

campanha publicitária


Simples

assim como

as coisas importantes

7 de out. de 2007

Mentiras Tom Zé


UMA REFLEXÃO BEM HUMORADA SOBRE O PECADO E A CONDIÇÃO HUMANA :

''A GENTE JÁ MENTE NO GENE
A MENTE DO GENE DA GENTE
FAÇA SUAS ORAÇÕES
UMA VEZ POR DIA
DEPOIS MANDE A CONSCIÊNCIA JUNTO COM OS LENÇOIS PRÁ LAVANDERIA".

TOM ZÉ
BENDITO CARA....

receita




verdade
taças de vinho
luz de velas
lençois de linho
mexer com carinho

Ventre

De repente o centro do mundo se tranferiu
para um umbigo, e ele dançava!
juntaram-se ao umbigo, braços, pernas, nervos e magia,
ouvia-se palmas
chegava a poesia
ao som de tambores arabes: talento e paixão
a bailarina envolvia e transgredia o tempo,
levando-nos ao ventre, renascidos
meninos fomos lançados aquela outra dimensão
e as bailarinas passaram por dentro de mim etereas
e por eles e elas, platéia atonita
randomicas chocaram a rotação da terra
depois do milagre do momento
as bailarinas se foram,
com a mesma graça que chegaram
femininas, meninas e mulheres,
deixando o aroma, em tudo
no ar, no ontem e no amanha,
cheiro e cor
da pura saudade .


4 de out. de 2007

Barboletas





























Dedico a
Alceu Valença (Espelho Cristalino)

e Gabriel Garcia Marques( Cem anos de solidão)

As borboletas romperam da manhã


romperam de todas a frestas de luz

brotaram dos relógios parando o tempo

invadiram seus orkut's e e-mail's

elas nos invadiram aos montes

em frentes, formas e canções

as borboletas tingiram a fumaça de cores

filtrando os gases, encantaram os passantes

as borboletas ensinaram a voar

pararam as maquinas, rompendo os muros



levaram as mascaras
deixaram mais flores
enfeitaram até os aterros
Benditas alegraram a terra
as borboletas invadiram o senado
essa borboletas . . .
mostraram um caminho!

posse



para poetisa: Jeanine Will

teu poema
como um arrepio
percorreu minha espinha
deu-me um nó na garganta
instante fecundo
o poema se apossou
do tempo.
e de mim

1 de out. de 2007