29 de nov. de 2007

Fortes emoções e desvelamentos


Básico - Celso Miranda de Carvalho e Wellington Felix


Vestiu-se com a noite
e encerrava no preto
a luz das estrelas
timidamente sorria...
iluminada pela
explosão de cometas
no peito guardava poentes e deleites
pela fresta dos vestido
escapavam promessas
fantasias e festas.
Despindo meu tédio
em nostalgias e significados...
afastou-se, assim...
perfurando sobres-saltos de agulha
adentrando meu coração
restou o negro silêncio
o vazio do pretinho básico
atirado ao lado da cama
e este cheiro de mar...
digo amar
-

Duo Ventos - Marisa Rosa - Wellington Felix

foto: Ana Penelope Platão em Dança Cigana
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Vento em mim.

Ventania, bravo vento!

Ventando em desalinho

Formou-se um roda-moinho

Moendas que vento moe

moendo folhas ventadas

Que invento neste momento!...

E o vento que ventou na praça venta firme ri, faz graça,

e invade as frestas secretas dos meus segredos

espalha os meus versos levanta poeira,

e embaça o espelho de minhas lembranças!

(Marisa Rosa)

-
Vento atrevido
vento invasão
levando versos
rodando moinhos
e lembranças
mostrando paixão
desvelando poetisas
levantando saias e almas
como fossem
essas folhas ao vento
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Wellington Felix
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27 de nov. de 2007

Chamas

Solicitude e ilusão,
sou também o sim, e sou não
jamais serei talvez
Sou o que te alimenta
Sou o que envenena
eterno e fugaz
sou cobranças e desvelamentos
seu incentivo e o maior dos lobos
essa liberdade de escolher prisão
a melhor companhia
a pior solidão
e o mais puro desejo
sou casamento,
sou humano e animal
o sagrado Deus
em mim o voo mais alto e abismos sem fim
o abraço que aperta no adeus em dor
o prazer mais profundo ,
em unico toque,
seu mais doce sorriso
sua intimidade em flor
sou ferimento e cura,
suas recusas em medo,
sua devassidão em coragem
sou a dedicação, pecado e perdão
sou a quatro paredes e me descarrego enchente

sou opção

me faça seu tudo ou nada
sou chama
a quem chama amor...

25 de nov. de 2007

Feito linho e linha - Marcia Dare


Um feito linho e linha

sutura nosso olhar

que flutua assim no mar...

Alimento novo pura alquimia

dos alecrins aos jasmins

Assim......Sei de mim

Noites ternas ou mornas

Como algodão

Recordo seu olhar

Remexendo com carinho

Minha graça

Na sua límpida retidão

Em verdade cheira capim

que exala em mim.

Nulas são fronteiras ou muralhas

Sem mentiras ou migalhas

No infinito a-temporal

Da nossa eternidade

Odores são esses ou aqueles

Que de alecrins ou jasmins

Aderem seus prazeres

Emanam ondas que magnetizam

a gratidão do tônus

do Teu no meu olhar.

Dialógo


Crescer me foi doloroso
toda dor do universo doeu em mim
queria ver do espaço o planeta terra
uma bola azul...
e eu na praia
absorto no passe ao gol
chutando o mundo, a bola azul...
mas o dia me chama,
e a razão trama impassível a nova realidade
na noite insone das revelações
havia medo e aceitação...
romperam -se os diques dos segredos
e as horas pesadas recaem represadas
E por entre minha vontade de ser e não estar
erguesse imensa a sua história.
e meu instinto acorda acima da razão
e nosso abraço se torna imenso
maior que a imensidão da pradarias
e desvencilhamo-nos das roupas velhas
lançando-nos a novos voos e novas paisagens
esperando o dia romper
caindo imunes e nus
na nova manha
redescobrindo nosso amor
e o que há de ser.

20 de nov. de 2007

Desatar os nós

fotografia de Simone Machado

Eu preciso cuidar de mim,
e essas coisas essencialmente importantes
como agua, sol, comida, luz e poesia
E seus sorrisos preciso deles (junto aos meus)
Eu preciso de mim inteiro olhando a frente
sem medo dos caminhos, de olhos e mentes abertos
Eu preciso estar inteiro e integro para receber a vida
Eu preciso estar inteiro e integro para receber da vida
Eu preciso estar atento a todos os milagres, e meus olhares...
Porque preciso ter coragem e romper as grades do ego.
e fazer minh'alma saltar dos abismos pro sim
precisamos nos perder e ver o novo
só assim sentir o paladar e todos os aromas,
provar todos os sabores, pintar com todas cores
olhar por todas a lentes possíveis e imprevisiveis
preciso ser liberto pra poder libertar
e mergulhar oceanos e tocar estrelas e voar borboletas
preciso da absurda poesia que me faz bailar ao som de palavras
preciso dessa sua musica! Escapar da violencia
construindo inebriado escadas de luz
com sacadas e vista pro mar
eu preciso de proteção e consistência
eu preciso comprender meu consumo
minhas necessidades, coerencias
eu preciso olhar os campos,
manter florestas, cortar arestas
eu preciso proteger meu chão,
meus amores e minha solidão
eu preciso ficar com um olho em Brasilia
outro em Washington
eu preciso assistir menos enlatados ser viajado,
colher mangas, maças e perâs
me quero pleno e consciente preparando o chão
pra plantar os meus e os seus netos (e eles os deles)
Eu preciso de mim e de você
nos precisamos de nos
desatar os nós

18 de nov. de 2007

Medusa

como decifrar teu sorriso
e o tom exato da sua pele
como distinguir todos os tons
que exalam deste seu perfume
como não virar pedra ao seu olhar
por vezes é melhor render-se . . .
Te dou o melhor de mim
devora-me!

Sensiblidade Ariana

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Do vento seus movimentos,
seu colo meu aconchego
meu toque a mais leve brisa
seu toque tempestades!
em mim todos os vermelhos
dos sutis aos carnais
do vinho, da rosa, de paixão.
Testemunha são todos esses azuis
do planeta terra, do céu, do mar...

Só resta, nos lançar !
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15 de nov. de 2007

Guerra

imagem do artista plastico Banksi
Relâmpagos anunciam um novo caos
De dentro da noite surgem montanhas,
de escombros e pessoas azuis acinzentadas
Pois o céu cai tocado pelas mãos calejadas
de pais que voltam do trabalho para o nada.
As vezes o céu alivia os calos dos seus pés
e o sorriso brilha entre duas explosões:
Em casa tem vida ainda!
e a poesia suja-se surgida de escombros
Só resta um ursinho na mão da criança
essa beira da morte que realmente vivemos
onde desabam céus de chumbo e balas de prata
explodem esperanças e crianças douradas
ao comando de seres de outras raças
tão desumanos comos os homens bomba
esses seres voltam a noite e beijam suas filhas...
os nazismos persistem como praga antiga.
Oh Deus, essa feridas e ísmos nunca cessam
sobrevivem neste caos calculado em dólares
celebrada na TV festa da mídia,
as feridas deles abrem em nossos corações
nessa (im)compreensão da guerra,
não a quero! Nem ao menos o silêncio
dos que já morreram,
justificaria um só dos milhões de tiros
na favela ou em Bagda,
que acabem as armas !
assim como os antigos impérios
que o poder esvazie-se e não sobre mais nada
nem cidades, nem torres gêmeas, nem crack
Nem essa imensa e triste vergonha.
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Comentários do Poema Guerra no site www.poetas-unidos.blogspot.com

Quietude


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Sua boca cala tudo


e neste silêncio profundo


escuto serenamente sua alma


que sussura toda a verdade do mundo


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13 de nov. de 2007

Ex(celso)s excessos - Celso Miranda de Carvalho


Cem Excessos

Não sei se sou completo ou completamente vazio. A solidão é o que meus excessos me proporcionam. Faço perguntas que constrangem as respostas.
Tenho uma vontade de ti que consome todo o meu tempo, minhas ansiedades e meus devaneios. Penso que até minha respiração é tomada por este sorriso contagiante. Sorriso que ganhou o mundo. Que ganhou o meu mundo, o meu tudo. As saudades transcendem qualquer forma real de vida. Elas viraram marcas tatuadas em corações que batem do mesmo lado. Que se alegram com um único batimento. Até a timidez, outrora escondida, sai de cena quando a realidade não nos alcança. Palavras perdem a força quando os olhos se esbarram na mesma melodia. As serpentes se confudem, e acabam se reconhecendo. É que a minha outra forma de ser passou a renascer em ti. Os excessos são erros que pouco calculo. E sei que só passei a errar contigo pra me afastar da temida perfeição. Beijos não são a melhor forma de te ganhar. Isto é pouco, é nada. Não quero vencer deste modo. Quero te vencer no amor. Espero te levar pra casa que transforma teu pesadelo em lar. Só penso na pele e no cheiro. As demais coisas são irrelevantes. Os sentidos e as sensações se misturam ao sabor do desejo em te afagar por entre meus dedos. Um colo que sempre te espera. Um solo que está fértil e pronto pra te receber. Percebi que o amor não pode enfraquecer com o tempo, pois o tempo não existe pra a nossa essência. É amor que perdura nos sonhos e que, mesmo deslizando na realidade, tem vontade própria e capacidade de transformar o carnal em loucuras cada vez mais surreais.
http://belaspessoas.blogspot.com/

11 de nov. de 2007

Segue-se Poemas lindissimos de Neli Vieira Poetisa e Artista Plastica



Poemando


"Vem poema

tatua teu beijo

na minha língua

prenda-se

nas teias das minhas veias

só não morra por mim

nem morra em mim."


Neli Vieira

Homenagem a Neli Vieira -Canto da Poetisa -


(ilustração de Neli Vieira)
-

Somente

-
Preciso ficar só

para compreender-me

Preciso das manhãs

para entender o dia

do dia para entender

o meu ficar só.

Neli Vieira


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Trato

Ilustração de Andrea Cristo Web designer e Artista Plastica
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Fiz um trato com o poema
De banir perguntas sem respostas
De não realçar supérfluas obras
E não deixa-lo desumanizado
Fiz um trato para destruir máscaras
Desnudar intenções sem questionar
Porque ou como o céu do poema
Foi tocado.


Neli Vieira

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Noites Vazias de toque


O magnetismo dos planetas nos acordaram
ou meus absurdos surgiram como sempre do nada
dessa capacidade inventiva que me assalta nestes encontros
dou mais pernas ao sonho e toco realmente a sua pele
eu juro que senti seu arrepio, e da minha imaginação
todas possibilidades desta quimica preenchem o ar
surgem todas as notas e os tons em nuances possíveis
sinto o ar rarefeito como na montanha mais alta
é quando o nosso olhar teimoso insiste
e se encontra dentro do silêncio
impomos sentido ao mesmo silêncio
A noite se enche de lua e nos penetra luz
percebo em meu coração
nossos sentidos alterados,

Nossa pele imagina-se e o momento (des)acelera
E num acordo mutuo, não discutido não impresso
compreendemos nosso momento e isso nos basta
e assim despedimo-nos

E voltamos juntos e inacessíveis a uma noite vazia.

4 de nov. de 2007

Véo - Marcia Dare

Me da asas p'ra voar
depois arranca o meu céu
um dia eu vou me curar
rasgar o véu
lua de mel

Sequestro (Você e eu)

Eu e você
e nossa cama
e meus abismos que me lanço
todo desejo e vontades,
é nesses dias onde morro
feliz

Eu e você
e nossa cama
e seus abismos em que me lanço
entre pernas fluem rios
entre nuvens essas montanhas redondas
onde minha perdição é encontro

E essa lagoa a mais profunda
onde mergulho e me afogo
onde nasci e me fiz homem
onde sinto-me vivo,
e aprendiz

Eu e você
e nossa cama
nossos abismos que me lanço
carnes e formas me agarram
voo suspirado entre seios...

Nesses momentos
sua boca se faz minha...
minha boca se fundiu
e o mundo inteiro é nossa cama
e o universo o nosso orgasmo

3 de nov. de 2007

Fetiche - Marcia Dare

Nú o pecado
Que pula a janela
sequestra o tempo...
de tempo em tempo...
Que com sede me toma
Diz...não quer apenas beijos
Flores, doces ou esmolas
Adentra pele
Músculos e sangue
Subestima lágrimas
ou arrependimentos
O seu veneno
Arranca meu véu
e todas as noites
Vem namorar comigo.

Embriaguez

Dedicado ao poeta Dari Batisti- http://essapalavra.blogspot.com/

A vida me embriaga a goles lentos
me derrubando a porões de trevas
fugindo desse eclipse real e inegavel
dessa sombra gigantesca da violencia
da devastação da corrupção
teimoso construo escadas de luz
Que me levam a sacadas!
Sacadas com vistas pràlma
e com saida para o mar.



Despir do corpo

Despeço-me dos prantos e dos brinquedos

navegando nos liquidos cheirosos

das mais escondidas entranhas

dentre lençois de linho arfando

e gemidos arfantes...

Minha alma escapa(sse) do material

e do próprio corpo

e projeta-se febríl e incandescente

para o ultimo e definitivo:

amor.