17 de dez. de 2008

tenaz-cidade

Sampa em estilhaços
aços retorcidos
buzinas punem enlouquecidas
nos corredores das dores
eu dentro do carro
olho os meus pedaços e amarro-os
no carbono saído do escapamento
insisto e voo

8 de dez. de 2008

Gratidão

uma lagrima nos olhos
de uma felicidade desconhecida
essas pessoas,
amigos conhecidos e nem tanto
me enxegaram por dentro
adentraram meus poemas.
chegando em casa,
me deixando assim:
grato pela vida
pelos sorrisos
pela matéria humana
pelas emoções
estou grato por ser
estou grato por estar
estou grato por crescer
sim isso me deixa feliz
me faz respirar
com mais vontade
como estar grato
me faz bem!


obrigado,
namastê

5 de dez. de 2008

natural



















Pisar com o pé direito...
sem tropeço
O meu pé direito
é a abobada celeste
minha amada a espreita
no corredor da vida
enquanto a natureza desconstroi
pra mostrar que vive!

29 de nov. de 2008

olhar




O meu olhar o tempo modifica
o meu olhar modifica o tempo
o meu olhar no tempo
o meu olhar em tempo
o teu olhar a tempo

25 de jul. de 2008

Pincéis e Pelos


Foto de Ricardo Costa - http://olhares.aeiou.pt/
Fazer com nossos pelos,
pincéis de amor,
Pintar com esses pelos,
espaços e carnes,
transcender em amanheceres

pintar com seus pelos minhas paisagens
pintar com teus pelos a sofreguidão,
minhas passagens em seu corpo
pelo céu e pelo chão

pintar com meus pelos sua mansidão
pintar com seus pelos orgasmos e sedas,
pintar com seus pelos essas descobertas,

pintar em seu corpo meu toque e o sonho,
pintar com seu pelos toda a humidade
pintar com meus pelos a delicadeza

sentindo em sua pele as framboezas
e quando nesse depilar em suaves beijos
sobrar em sua tez a maciez
tatuarei em sua pele p'ra sempre
minha lembrança nua.


19 de jul. de 2008

a dor dos dias, a dois dias, dias a dois


Quem seria a flor
se não tivesse o olhar
quem seria o por do sol sem a partilha
seria um ser, sem estar
um assim, partir devagar
como se despedindo da tarde...
um ciclo fechado do dia,
das marcas na pele,
um arder, um ardor...
enfim seria,
mais uma dentre tantas dores.

14 de jul. de 2008

Náufrago

Não quero a angustia dos bares
como poesia saída de um copo de gim
e sim tingir meus versos,
com verdes, amarelos e lilases
não quero essa poesia triste
com gosto de amargura e rancor
quero o amanhecer que seu olhar,
no meu provoca
provoca em mim! esse sol !
um enluarar...
num momento de entrega...
meus olhos escuressem
eclipse lunar e solar
simplesmente ser seu
enquanto eu viver ...
ou no instante transitório e fecundo
como solo de guitarra,
eu quero ver o luar até de manhã
num seu sorriso no meu,
um clarear lento e preciso
como por de sol,
nossa sintonia como sinfonia
no amor me renovar,
ser esse sonhador piegas...
e renascer na flor de inverno
eu quero desfrutar do sonho
eu vou ser o mar!!!
molhar de vez!!!
me integrar!
adentrar-te consistente
como luz nas fréstas
incendiar (de)vagar e de vez pois...
Entre as midía e o mundo
fico bem comigo

fica, bem, comigo. . .

30 de jun. de 2008

Grito e Acordes

Acorde(i)
por vezes os acordes do mundo desafinam e nos acordam
ouvimos
------
Gritos
Por vezes os acordes desacordam o mundo
e nós unissomos

22 de jun. de 2008

Qual a sensação ?


Qual era a sensação
da fruta em sua língua
crianças matando a fome
com as frutas da vizinha
era a sensação de pular o muro
a aventura de ser descoberto...
era a sensação da barriga cheia...
Crescemos?
qual a sensação de roubar o seu irmão ?
como você foi entrar no esquema?
cada roubo mata de fome mil irmãos
suas decisões afetam milhões.
meu amigo Deputado, Sr. Vereador
Meritíssimo Juiz , Vossa Excelência,
amigos Policiais
Seu irmão esta preso
roubava pra comer
Você ainda no mensalão
Qual a sensação?


12 de jun. de 2008

Jornada


Ele ia só,
dentro da sua pele,
ele negava os objetivos concretos
mas ele tinha um diamante escondido
ele ia com o vento empurrando-lhe,
e seus pés ja não sangravam tanto,
ele ja não acreditava em plasticos:
(kens e Barbies) e suas plasticidades de silicones
mas continuava criança no seu olhar
ele persistia em seu sonho
ele tinha um sol queimando-lhe o peito
ele ia cansado e ofegante,
ainda mantinha a velha fé
ele jamais desistiria dessa jornada,
ele sentia que não seria a ultima vez
ele mantinha o diamante na memória
e na memória ele mantinha os cheiros e os toques
ele só queria ser amado novamente . . .



ps. sugestão de musica http://www.youtube.com/watch?v=lRcQZ2tnWeg

8 de jun. de 2008

Adormecer e a cor-dar


Ador mece - Wellington Felix:

A sua precença me revela
O seu carinho me descobre
a sua essencia me invade
o nosso diamante adormeceu na terra
mais ainda guarda o brilho,
que me atrai e traz meus sonhos
e eu me perco nesta luz...
e me encontro nos seus braços,
um circulo que não se desfaz
do vulcão
de um amor que acorda


A-cor-dar - Marcia Daré

O nosso estar presente me des-ve-la ...
o acordar de um carinho especial me aconchega,
o cuidado estava guardado, regalado em LUZ
o teu abraço é meu suspiro
com vontade de viver
sem mais perder esse momento de abrir, crescer e acordar ...
quero apenas amanhecer todos os dias com alegria !!!
Eu quero ver o mar ....

1 de jun. de 2008

Ode aoTrânsito


Sim amigo a alma envelhece e lembra as velhas cantigas
relembra dos rios e caatingas, e as buzinas minam os sonhos do meu ninar
e horizontes das estradas, tão longe nos vestígios
dos gestos obscenos de alguns motoristas
hoje circundo o Tiete os vegetos da cidade em desconstrução
o trânsito não é mais o direito de ir e vir
o trânsito não é o porvir, não é chegar
é o sangue dos motociclistas no asfalto,
o fedor dos teus dejectos no rio, no meu nariz,
o trânsito não é mais planetário, o transito é genérico
é apoplético é ir e talvez não ir,
é não poder, é não chegar, é desconforto é torto
é total, é recordista a cada manha
é tortura é ira , é seu tempo perdido,
e sua qualidade de vida saindo pela janela
é seu suor em puro desgaste
são seus pecados motorizados.
e a musica do novo tempo é a radio do transito ,
é o planeta dizendo-te a-Deus aos homens ,
o agoro
agora anti fluxo da vida.

25 de mai. de 2008

SAUDADES

Saudade sair de si
entrar em nos
ou nós?
saiu de mim
ou do sol ?
da idade da luz...
é dor ou benção?
se valeu o sal da vida
do antes-de -ontem
ficou saudades

17 de mai. de 2008

velho outono inverno


Coloquei a alma a maturar.
envelhe(ser) de(vagar)
do cabelo preto ao d'ourar
O amor tem vários tons

7 de mai. de 2008

Homenagem aos 50 anos de Beto Guedes


Em algum lugar em Minas
talvez nas esquinas da luz
caso voce queira saber
aonde e porque
houve um amor puro
um amor de indio
num clube de esquina
foi a pagina do relampago elétrico
a me percorrer a alma
na mais bonita canção
foi um sol de primavera,
de dias e noites de contos da lua vaga
na viagem de mãos tocando corações
um cavalo Andaluz voando por sons e notas
que assombrou de emoção e liberdade
essa alma de borracha derretida
Foram dias de PAZ
ouvindo Beto Guedes
na verdade 50 anos
de amor

21 de abr. de 2008

Alçar



Das penas de castigos e sofrimentos,

p'ras penas que formam asas,
voar !

A Fésta Brasil

sangue dos pobres sem opções,
purpura puros, pedaços de estrelas
Ceres passeando pelos infernos
heros por putas, por surras, por ninfas
esses reles fregueses...a verdadeira ralé
olhares puros interesses, peles macias, claras limpidas
puras pela incertezas, pelos cachos pelos pelos
a safadeza da pura putaria, purpurinas em pós em pelos.
As jóias aos porcos, regados a Chivas 18 years,
pureza de escapamentos curando dessassosegos
propinas vazando pelos cofres abarrotados...
meninas tão lindas, meninos tão ladrões
carros, moveis e imóveis, na surdina mais impostos.
povo imovel eu atonito,
juizes e sentenças, policias e bandidos na mesma fésta
todos vendidos e comprados caros, carissimos amigos
subamos ao morro no novo trem da alegria Magistral
na Justiça do trabalho, a injustiça
atirando pelo social...acertando o social
é festa sem consequencias na conta dos cartões
e os farois abarrotados das misérias,
desvios dos impostos mais altos do mundo,
é nossa a festa e a conta paga de novo
pela mira do menino que ja é rapaz
cansado de lavar seus vidros no farol
veio te cobrar, a sua, a nossa parte da culpa
o gatilho acionado
é o nosso Brasil crescendo e explodindo
em nossa cara.

27 de mar. de 2008

Paz na floresta

Paixão





O combustível da vida é a paixão
paixão por servir, paixão por pessoas
a paixão é uma chama
ao mesmo tempo combustível e combustão
faz a diferença, é o tesão,
é a ação com a certeza
é a dança ao sol ou na chuva
é a força de toda revolução
é o amor em ação
contaminando com mais vida
Eu desejo para humanidade
uma vida apaixonada
assim
paixão pela Terra
paixão pelos sol
paixão pela lua
pela musica, pela dança
paixão pelas estrelas
paixão por flores
paixão por aromas
paixão pelos amigos
paixão pelo caminho
paixão pela estrada
paixão pela vida
porque começar a morrer é viver sem paixão

24 de mar. de 2008

myself and yourself


Naquele encontro
retirei minha vaidade ,
minhas roupas,
Retirei os sapatos
Retirei a pele
e totalmente exposto e em carne viva
numa incisão profunda
abri meu peito
encontrei meu coração
batendo pra voce

No segundo encanto
Retirei sua vaidade
e com carinho suas roupas
e ao longo dos anos
Retirei tambem seus sapatos
dos meus armarios onde sufocavas
por fim ...
Assim dolorosamente
veio a despedida
e retirei da minha pele
o seu cheiro impregnado
mas você não contente
levou novamente meu coração
de uma vez
para um sempre

21 de mar. de 2008

Descoberta

Alguns olhares rompem o silêncio mais espesso
Reflexos do sol em meu peito ascendem a lua

16 de mar. de 2008

A palavra,o silêncio e a Saudade


quando podemos ouvir o barulho de uma lágrima
apenas com o coração...
o poeta habita o silêncio sim!

é quando ele apalpa nossa alma
e entendemos as tristezas

a escuridão e a claridade
são somente escolhas?

assim como a fome,
a carência e a mediocridade?

há verdade nesses olhares tortos e incertos

13 de mar. de 2008

Religare ( vem do latim "re-ligare", que significa "ligar com", “ligar novamente”, restabelecer a ligação perdida com o mundo que nos cerca ou




Belos elos da corrente

que me enforcam

na beira desse abismo
e seguram amarguras
eu preciso da descrença

dessas velhas desavenças
das magnificas diferenças,
quero aprender
com agruras,

das belas gravuras

quero ver a paisagem

se tranformar

do amanhecer ao entardecer
eu quero o desafio,
no fio da navalha
de atravessar muralhas
das sombras que apavoram
dos que me ignoram...

velocidade e adrenalina

preciso de vinho e de cerveja
eu preciso de um garçom!
eu preciso da Amazonia.
preciso de suas mãos nas minhas ...
de companhia, das minhas fantasias
de realidade e sonho, do nada do tudo
preciso de contentamento e de tristeza
da experiência dual

do bem, do mal
crescer, eu preciso rejuvenescer
eu preciso dessa luz de todo dia
de lutas não de guerra

eu preciso de Deus sem religiões

para contemplar o divino em tudo

eu quero a fé do primeiro parto

repartir

6 de mar. de 2008

Desconstrução




Qual a direção dos ventos?
Qual a nossa direção?
Qual a sua direção ?
não temos tempo

não tenho tempo

pra esperar o tempo do outro...

não há mais tempo !

na verdade nos perdemos
o que você quer do outro?
só o que compensa...
a intimidade sai pela janela

as geleiras derretem
40 graus na sombra

é nossa a recompensa
o grupo se perdeu em vendavais
não se para um rio para construir pontes
é o fluxo

porque não enxergamos mais
a claridade fugiu-se em intenções furtivas
cadê o outro em você, e o todo?
Quais são seus hábitos ?
não nos interessamos mais . . .

as florestas caem uma a uma
mas os seus segredos me são tão claros
e suas construções viraram labirintos
onde se ergue o ego
a amizade se perde ao vento
e dos laços que não fizemos
os amigos escaparam
o cultivo fundamental do fundamental
a importância é construção
a intimidade é construção
a amizade é construção
cultivar para colher é básico
o resto só tijolos e cimento
e como todos os castelos
virarão pó no tempo

26 de fev. de 2008

De moto na Serra

fotos- Serra do Cipó - MG -





O vento no rosto,
o cheiro do mato
preenche a alma
sou o ar
voo-ar
acima da serra e da lua
observar
me derramar na cachoeira
lenta e fulgurante
como um vulcão
nas ondas do mar
me apagar e reascender
ser fogo, arder de ser
arte em sí em mí e o sol em nos
na minha sua pele em floral
amoral
amor all
beirando um sempre
tem um todo em tudo


o agora, é a hora da vida

Acordar


Nas manhãs de outono

o espreguiçar é mais demorado

voam folhas em tons de bege e ouro velho

formando tecidos multicores

deixando o solo macio

um tapete para teus passos

que apressam abraços e cios,

aguçam-se os sentidos e os cheiros. . .

no vento que assopra cerejeiras em flor

em troncos e peles
arrepios de um florescer

sendo amanhecer, sentindo o amor
a-cor-dar

12 de jan. de 2008

Um flamingo na noite sem luar


Era um vazio na maré

de-repente um aché

no rastapé

uma queijadilha

uma queijadinha

como um queijinho branco e goiabada

uma lambada,

( tentei nem sei)

uma lambida

(sei bem)

um cheirinho doce

um seu cheiro

um aconchego

uma só lua detras da nuvem

um namoro no portão

um não,

um talvez,

porfim um sim

ascende a luz!

apaga a luz . . .

um iluminar,

na minha lingua seu mél

um flamingo na noite escura

um real amanhecer,

uma cura

um sól sonho

num véu caido
o céu