29 de set. de 2007

brasa

não mais falaremos,
nem tampouco ouviremos,

as palavras ternas
jazem em meu coração
gemidos de prazer mutúo
jazem em minhas lembranças
e eu as releio como num velho livro.

não se trata mais de palavras,
nem tampouco de suspiros,
nem simplesmente de calar
ergueremos ainda varios muros
com nosso géstos profanos
até que a separação se complete
de corpos, mentes e almas
não trata-se de perder a calma
não se trata de sensibilidade
nem tampouco de frieza
nossas percepções falham
e nós nos perdemos no caminho
mas os acontecimentos transcorem normais
como o sangue dos inocentes nas ruas
sentimentos sóbrios e arrasadores como o tempo
e entre eles e o silencio
aloja-se
pequena
brasa


Wellington Felix

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