6 de mar. de 2008

Desconstrução




Qual a direção dos ventos?
Qual a nossa direção?
Qual a sua direção ?
não temos tempo

não tenho tempo

pra esperar o tempo do outro...

não há mais tempo !

na verdade nos perdemos
o que você quer do outro?
só o que compensa...
a intimidade sai pela janela

as geleiras derretem
40 graus na sombra

é nossa a recompensa
o grupo se perdeu em vendavais
não se para um rio para construir pontes
é o fluxo

porque não enxergamos mais
a claridade fugiu-se em intenções furtivas
cadê o outro em você, e o todo?
Quais são seus hábitos ?
não nos interessamos mais . . .

as florestas caem uma a uma
mas os seus segredos me são tão claros
e suas construções viraram labirintos
onde se ergue o ego
a amizade se perde ao vento
e dos laços que não fizemos
os amigos escaparam
o cultivo fundamental do fundamental
a importância é construção
a intimidade é construção
a amizade é construção
cultivar para colher é básico
o resto só tijolos e cimento
e como todos os castelos
virarão pó no tempo

2 comentários:

Jeanine Will disse...

A bússola existe, mas nem sempre nos avisa. Ou não nos divisa a tempo.

Definitivamente, o tempo é só que temos. O resto são arestas e areia.

Um abraço, Jeanine.
:]

*andorinharos@ disse...

Bom dia, poeta!!!
Minh'alma já se encanta as primeiras horas...Será este vento que sopra tão desbravado aqui?
"...Que bons ventos nos tragam sempre as claras certezas, e que a névoa de poeira que cresce em seu intervalo, não nos roube o prazer...De reconstruir-mos mais forte!
Obrigado pela visita e por este raro prazer de lê-lo.